sábado, 28 de julho de 2012

Doença tireoidiana e obesidade


Estamos perplexos com o progressivo aumento nos índices de obesidade que acomete todas as faixas etárias e, muitas vezes, inicia-se desde a infância. As reconhecidas complicações metabólicas e cardiovasculares envolvidas no processo de ganho de peso implicam em sofrimento pessoal e coletivo, com custos progressivos e imprevisíveis aos sistemas de saúde. A obesidade é vista por alguns como um direito individual, mas em verdade é uma grave doença sistêmica, pois o obeso apresenta problemas metabólicos1-3 (resistência à insulina, diabetes mellitus tipo 2, e dislipidemia, hipertensão arterial, problemas osteoarticulares, dermatológicos, e, inclusive, neoplásicos) tem mais câncer de mama, útero, cólon, e próstata. Há graves implicações psicossociais envolvidas nesta doença, desde as limitações a alguns trabalhos como a perda de oportunidades afetivas.
 

Na imensa maioria das vezes a obesidade é exógena, isto é, há um excesso alimentar. O médico, em especial o pediatra, diante de um obeso de causa exógena é, de modo geral, muito pouco provido de recursos. As famílias, mães e avós em particular, são participantes na gênese da obesidade, e, simultaneamente, trazem a criança obesa para tratamento sem disposição para alterar os hábitos alimentares. Adicionalmente, nas últimas décadas houve grande aumento na oferta de comida pronta assim como a divulgação para as crianças. Nestas circunstâncias, conhecidas de todos, entendese a evolução alarmante dos índices de obesidade, e não é de espantar que surjam mitos para justificar o quadro e manter a distorção alimentar. Todo obeso adulto e os familiares de crianças obesas desejam ter a justificativa de sua obesidade na disfunção da tireóide, e dessa forma transferir à doença tireoidiana o ônus de seu ganho de peso.
 

Fogem da dura realidade de que o ganho de peso decorre da ingestão excessiva frente ao consumo. A procura de uma doença tireoidiana como causa da obesidade tem uma longa história, e a eventual ocorrência desta possibilidade levou a que muitos profissionais utilizassem o hormônio

tireoidiano no tratamento de qualquer obesidade1,2. Esta prática felizmente está desaparecendo,

pois não soluciona a verdadeira causa da obesidade, tem efeito lipolítico transitório, e traz a possibilidade de efeitos colaterais, como o consumo de massa magra, com evidente prejuízo ao paciente. Porém, frente à dificuldade de solucionar o problema, ainda hoje, não é incomum encontrarmos fórmulações contendo hormônio tireoidiano. A avaliação da tireoidopatia como causa de obesidade deve ser criteriosa. Quando avaliamos o hipotireoidismo como causa de obesidade devemos verificar um aspecto clínico diferencial importante: o hipotireoideo apresenta redução no crescimento, enquanto o obeso exógeno é maior. Analisar a velocidade de crescimento através da curva ponderal e estatural é o primeiro passo. A seguir, deve-se distinguir entre a simples constatação de doença presente na tireóide com disfunção do órgão. A presença de autoanticorpos séricos, por exemplo, indica a ocorrência de provável tireoidite, mas não que já esteja ocorrendo um hipotireoidismo clínico É a dosagem do T4 livre – baixa, acompanhada de elevação do TSH, que caracteriza o hipotireoidismo. Em contraprova, a reposição hormonal deve fazer a curva de crescimento retornar ao canal de normalidade, quando a causa é o hipotireoidismo.  

Por vezes há casos mistos, de obesidade por hipotireoidismo e excesso alimentar, quando o crescimento dos obesos pode até serrazoável, dependendo da intensidade do hipotireoidismo.

A principal tireoidopatia associada à obesidade da criança é a tireoidite auto-imune (TLC). A TLC ocorre em 1,2% das crianças acima de 6 anos de idade e é a disfunção tireoidiana mais freqüente nessa faixa etária. Nem sempre a detecção de anticorpos significa que temos alteração de

função tireoidiana, e um grande número destes pacientes são eutireoidianos ou apresentam um hipotireoidismo subclínico. A indicação de tratamento só fica justificada com concentrações de TSH superiores a 10 mU/L. Evolutivamente, 2/3 destes casos mantém a função tireoidiana ou permanecem na faixa de hipotireoidismo subclínico, sem necessidade de tratamento de reposição. Apenas 30 a 40% desses pacientes evoluem para hipotireoidismo franco; os melhores preditores para a evolução de cinco anos são o aumento no tamanho da tireóide e as grandes concentrações de anticorpos anti-tireoglobulina. É imprescindível que outros setores endócrinos sejam avaliados no hipotireoideu, pois a hipofisite linfocitária (autoimune) pode ocorrer em concomitância, com insuficiência do hormônio de crescimento. O excesso de glicocorticóides pode também ocorrer em algumas situações, em concomitância com a TLC, e a supra-renal deve ser avaliada.


Portanto, atribuir a obesidade a uma tireoidite é mais difícil do que verificar a simples presença de auto-anticorpos séricos específicos. Na condução dos casos de obesidade o exame físico inicial é revelador2: o obeso exógeno é um grande, rosado e feliz hipernutrido, enquanto os tireoidopatas são pequenos e quietos doentes. Esses podem apresentar bradicardia, xerose cutânea, alteração de fâneros, obstipação e eventualmente outras alterações. A curva de crescimento complementa as informações, como analisado previamente. Os obesos e suas famílias dizem que não comem! E isto pode induzir omédico à crença de que está frente a um caso de obesidade secundária a doença endócrina. Possivelmente, o inquérito alimentar dos obesos seja
uma das fontes mais inverídicas a que o pediatra tem acesso! Não havendo alterações endócrinas

sugestivas, a obesidade exógena é firmada apesar dos protestos dos familiares. A obesidade tem base genética, e é difícil contrariar o metabolismo e perder peso. É claro que um componente muito importante da obesidade é realmente genético. Porém, não há genética que resista à baixa ingestão calórica. Um planejamento alimentar bem feito e associado à atividade física regular leva à perda de peso, embora não garanta a sua manutenção no longo prazo – um outro problema. Isso implica uma modificação não só do hábito alimentar, mas de todo o estilo de vida. O conhecimento sobre a fisiologia do tecido gorduroso está se ampliando.
 

O adipócito, que há pouco tempo era visto como um mero depósito de gordura, hoje é considerado um relevante órgão endócrino. Neste tecido são produzidas adipocitocinas, hormônios, fatores pró-coagulantes, fatores inflamatórios, e aí estão muitos receptores hormonais; a cada dia vemos a publicação de um novo fator que se descobre ser produzido ou ter ação no tecido adiposo. Porém, a fisiopatologia da obesidade permanece obscura, constatando-se passivamente o desequilíbrio do mecanismo de fome e saciedade. É certo que aspectos da vida moderna, com a ampliação da oferta de alimentos, do poder de compra, a diminuição da atividade física, e o aumento da tensão/ansiedade parecem constituir o pano de fundo da pandemia de obesidade. Diante desta realidade, e da dificuldade para enfrentar este formidável desafio, somos às vezes, levados a tratar, desnecessariamente, a obesidade com hormônio tireoidiano. Há nesta situação o risco de induzir um hipertireoidismo, dependendo da dose utilizada, com agitação, perda de massa muscular, perda de sono e, até, perda de peso mas com prejuízo ao paciente.


O investimento em educação alimentar, e a adoção de hábitos de vida saudáveis, conscientizando a criança desde a mais tenra idade, é o que pode reverter a pandemia de obesidade a médio e longo prazo. Também neste caso, a medicina preventiva é mais recompensadora do que o tratamento dos doentes.


sábado, 26 de maio de 2012

Fibras que ajudam a emagrecer


Elas estão ocultas na consistência crocante de uma cenoura e no sabor levemente adocicado de uma maçã. Na soja e na lentilha, aparecem aos montes. E ainda emprestam suas qualidades ao arroz integral, à aveia, à linhaça e às folhas. Diferentemente de micronutrientes como a vitamina C, que dá aos alimentos um toque cítrico, as fibras não alteram o sabor da comida — interferem muito mais na textura.

Você certamente já ouviu falar dos seus benefícios, especialmente para o bom funcionamento do intestino. Agora a ciência acaba de revelar outro megafavor que as fibras prestam à nossa saúde: ajudam a esvaziar pneus do abdômen. "Quanto maior o consumo de fibras, menor o acúmulo de gordura visceral, que fica entre o intestino e outros órgãos abdominais", garante Jaimie Davis, professora do Departamento de Medicina Preventiva na Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos. A constatação vem de um estudo que ela acaba de apresentar na China, no I Congresso Internacional de Obesidade Abdominal.

Já Huaidong Du, cientista do Instituto Nacional de Saúde Pública e Meio Ambiente, na Holanda, fez outro trabalho que confirma a relação entre as fibras e a circunferência abdominal. "Consumir mais de 10 gramas por dia durante um ano reduz um pouco menos de 1 centímetro de barriga", conta. Essas são duas novíssimas evidências do elo entre o consumo de fibras e a eliminação do tecido adiposo — tanto aquele escondido entre os órgãos como o que impede que o botão da calça se feche. Para desvendar o complexo mecanismo por trás da redução da barriga, no entanto, é preciso entender todas as benfeitorias que elas realizam corpo adentro. A partir de agora, você abocanhará uma cenoura ou uma maçã com muito mais satisfação.

Acompanhe o raciocínio da nutricionista Ana Maria Pita Lottenberg, do Hospital das Clínicas de São Paulo: "Pessoas que consomem mais alimentos ricos em fibras tendem a ingerir menos gorduras e calorias, o que leva a um controle do peso e, consequentemente, à redução da circunferência abdominal". Mas a explicação — que provavelmente você já ouviu antes — não é a única para justificar o fato de elas murcharem os pneus.

"As fibras formam uma goma em contato com água e tornam a digestão mais lenta, fazendo com que o açúcar seja absorvido de maneira gradual", acrescenta a nutricionista Giane Sprada Mira, da Universidade Federal do Paraná, entregando uma chave importante para o enigma. E por que isso é bom? Ora, se não fosse assim, o organismo produziria mais insulina, o hormônio que coloca a glicose dentro das células. E, em excesso, ele favorece o estoque de gordura na região do abdômen — sem falar que libera o caminho para que o diabete se instale.

Da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, vem a prova de que a versão solúvel é capaz, também, de melhorar o sistema imunológico. "As fibras solúveis transformam células de defesa pró-inflamatórias em anti-inflamatórias", detalha Gregory Freund, professor de patologia da instituição. Há quem atribua essa ação a um tipo específico delas, as chamadas de prebióticas — como a inulina e os fruto-oligossacarídeos. "Elas estimulam o crescimento de bactérias benéficas na flora intestinal e bloqueiam a atividade dos micro-organismos danosos", afirma Eline Soriano, da Associação Brasileira de Nutrologia.

Segundo a especialista, o produto da fermentação das prebióticas no intestino está relacionado ainda à produção de natural killers, as células que estão na vanguarda do batalhão de defesa do organismo. Ah, sim, para aproveitá-las, invista na banana, na alcachofra, na cevada, no alho, na cebola e no centeio.

Outra enorme vantagem das fibras solúveis, de maneira geral, é a sua atração pelas moléculas de colesterol. "A betaglucana, cuja principal fonte é a aveia, se liga a essas gorduras dentro do intestino e inibe sua absorção", diz Mariana Del Bosco, nutricionista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Então, junto com os sais biliares, colesterol e fibras solúveis, unidos, acabam eliminados nas fezes. Isso obriga o fígado a usar mais moléculas de colesterol para produzir a bile, mantendo-as afastadas da corrente sanguínea. O resultado é um corpo mais protegido das doenças cardiovasculares, como infartos e derrames. Antes de se perguntar onde estão escondidas essas substâncias poderosas, saiba que o bom e velho feijão é uma excelente fonte — servido com arroz integral, então, só faz potencializar o consumo diário de fibras totais.

Se por um lado o altruísmo das fibras é duradouro, não podemos dizer o mesmo desses compostos em si. A passagem delas pelo organismo tem período restrito. "Por definição, trata-se da parte comestível das plantas ou carboidratos que são resistentes à digestão e à absorção no intestino delgado", resume Mariana Del Bosco. Quer dizer: elas entram, cumprem o seu papel e vão embora, sem mergulhar na circulação como vitaminas e minerais. Por isso mesmo, embora presentes nos alimentos, o correto seria nem sequer classificá-las como nutrientes.

Recentemente, pesquisadores descobriram que essa passagem fugaz pelo corpo rende bons frutos inclusive aos pulmões e ao estômago — comer fibras ajudaria a afastar a doença pulmonar obstrutiva crônica e a gastrite. E mesmo na hora do adeus elas continuam agindo em seu favor. "Além de aumentar o bolo fecal, melhorando o funcionamento do intestino, as fibras varrem as toxinas acumuladas nesse órgão que, se ficassem muito tempo em contato com suas paredes, facilitariam o desenvolvimento de tumores", afirma a nutricionista Daniela Jobst, em São Paulo.

Seguir os preceitos da boa saúde, investindo em porções de frutas, verduras e legumes todos os dias, é o melhor caminho para atingir a recomendação diária de fibras, de 25 gramas — hoje há quem defenda um valor de até 35 gramas! Como nem todo mundo consegue alcançar essa cota, vale apostar nos alimentos que levam doses extras da substância, como pães e massas integrais e iogurtes suplementados de fibras solúveis ou com cereais.

Note que, para que qualquer item seja considerado fonte de fibras, ele deve ter, no mínimo, 3 gramas desse ingrediente por 100 gramas de alimento. "Os produtos industrializados ricos em fibras são um complemento a dietas pobres em fibras dos vegetais propriamente ditos", comenta Eline Soriano. "Mas é importante lembrar que, muitas vezes, eles são enriquecidos com um único ingrediente e deixam a desejar em relação ao resto", pondera. Em sua forma natural — ou seja, nas frutas, nos cereais e nas hortaliças —, as fibras sempre vêm bem acompanhadas de uma série de substâncias fundamentais para uma saúde equilibrada.

Os especialistas insistem que uma dieta adequada e a prática de atividade física, aliás, são parte essencial tanto do processo de emagrecimento como da busca por qualidade de vida. Uma coisa, porém, é certa: as fibras podem não ser uma solução única para os seus problemas — nada, afinal, é —, mas as suas fontes são, também, as melhores escolhas para um cardápio saudável.



Segundo a especialista, o produto da fermentação das prebióticas no intestino está relacionado ainda à produção de natural killers, as células que estão na vanguarda do batalhão de defesa do organismo. Ah, sim, para aproveitá-las, invista na banana, na alcachofra, na cevada, no alho, na cebola e no centeio.

Outra enorme vantagem das fibras solúveis, de maneira geral, é a sua atração pelas moléculas de colesterol. "A betaglucana, cuja principal fonte é a aveia, se liga a essas gorduras dentro do intestino e inibe sua absorção", diz Mariana Del Bosco, nutricionista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Então, junto com os sais biliares, colesterol e fibras solúveis, unidos, acabam eliminados nas fezes. Isso obriga o fígado a usar mais moléculas de colesterol para produzir a bile, mantendo-as afastadas da corrente sanguínea. O resultado é um corpo mais protegido das doenças cardiovasculares, como infartos e derrames. Antes de se perguntar onde estão escondidas essas substâncias poderosas, saiba que o bom e velho feijão é uma excelente fonte — servido com arroz integral, então, só faz potencializar o consumo diário de fibras totais.

Se por um lado o altruísmo das fibras é duradouro, não podemos dizer o mesmo desses compostos em si. A passagem delas pelo organismo tem período restrito. "Por definição, trata-se da parte comestível das plantas ou carboidratos que são resistentes à digestão e à absorção no intestino delgado", resume Mariana Del Bosco. Quer dizer: elas entram, cumprem o seu papel e vão embora, sem mergulhar na circulação como vitaminas e minerais. Por isso mesmo, embora presentes nos alimentos, o correto seria nem sequer classificá-las como nutrientes.

Recentemente, pesquisadores descobriram que essa passagem fugaz pelo corpo rende bons frutos inclusive aos pulmões e ao estômago — comer fibras ajudaria a afastar a doença pulmonar obstrutiva crônica e a gastrite. E mesmo na hora do adeus elas continuam agindo em seu favor. "Além de aumentar o bolo fecal, melhorando o funcionamento do intestino, as fibras varrem as toxinas acumuladas nesse órgão que, se ficassem muito tempo em contato com suas paredes, facilitariam o desenvolvimento de tumores", afirma a nutricionista Daniela Jobst, em São Paulo.

Seguir os preceitos da boa saúde, investindo em porções de frutas, verduras e legumes todos os dias, é o melhor caminho para atingir a recomendação diária de fibras, de 25 gramas — hoje há quem defenda um valor de até 35 gramas! Como nem todo mundo consegue alcançar essa cota, vale apostar nos alimentos que levam doses extras da substância, como pães e massas integrais e iogurtes suplementados de fibras solúveis ou com cereais.

Note que, para que qualquer item seja considerado fonte de fibras, ele deve ter, no mínimo, 3 gramas desse ingrediente por 100 gramas de alimento. "Os produtos industrializados ricos em fibras são um complemento a dietas pobres em fibras dos vegetais propriamente ditos", comenta Eline Soriano. "Mas é importante lembrar que, muitas vezes, eles são enriquecidos com um único ingrediente e deixam a desejar em relação ao resto", pondera. Em sua forma natural — ou seja, nas frutas, nos cereais e nas hortaliças —, as fibras sempre vêm bem acompanhadas de uma série de substâncias fundamentais para uma saúde equilibrada.

Os especialistas insistem que uma dieta adequada e a prática de atividade física, aliás, são parte essencial tanto do processo de emagrecimento como da busca por qualidade de vida. Uma coisa, porém, é certa: as fibras podem não ser uma solução única para os seus problemas — nada, afinal, é —, mas as suas fontes são, também, as melhores escolhas para um cardápio saudável.


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Diabetes e o intestino


Diabetes e o intestino


Sabemos  hoje que o diabetes é uma doença crônica  e que vem se tornando cada vez mais comum em nosso dia a dia. Para definirmos o diabetes tipo 2, ou não insulino-dependente, devemos considerar que neste quadro há uma diminuição na produção de insulina pelo pâncreas. Com isso, temos menos insulina para colocar a glicose dentro das células.



Durante a digestão, quando o alimento chega ao intestino, ocorre a liberação de substâncias conhecidas como incretinas. Elas agem estimulando a liberação de insulina pelo pâncreas, auxiliando a entrada de glicose nas células e evitando o aumento de açúcar no sangue. A incretina mais importante que conhecemos é chamada de GLP-1 (Glucagon like peptide1).



A GLP-1 só é produzida após a ingestão de algum alimento e controla os níveis de açúcar após uma refeição. Um aumento da glicose pós-prandial pode significar descontrole ou dificuldade da ação da GLP-1, que se observa no indivíduo com diabetes.



            Sabe-se que a hiperglicemia principalmente após refeição é uma causa independente de risco de doença cardiovascular . Por isso, recentemente, foi iniciado o uso de medicações de ação similar ao GLP-1 para tratamento do diabetes. Pelo fato destas drogas reduzirem o esvaziamento gástrico, entre outras funções, tem se observado nestes pacientes com obesidade e diabetes, além de controle do açúcar, uma redução de peso.












sábado, 3 de março de 2012

Chia - Para que serve?

Cultivado desde 2600 a.C, o grão de chia era consumido por maias e astecas para aumentar a resistência física. Como ele também tinha forte apelo religioso, as plantações foram suprimidas pelos espanhóis assim que conquistaram a América, no século 16. A chia voltou a ser cultivada em 1990 por pesquisadores argentinos em parceria com a Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.

Este novo alimento tem tudo para ser a nova sensação entre as opções saudáveis neste verão. A chia é composta por ômega 3, fibras, proteínas, cálcio, ferro, fósforo e oferece  propriedades antioxidantes, que combatem os radicais livres, evitando o envelhecimento das células. Além disso, esta semente, que se parece com o gergelim, tem ação anti-inflamatória e por ser uma ótima aliada do emagrecimento, pois reduz a capacidade de absorção de glicose, sendo indicada na dieta dos diabéticos. Este grão facilita o aproveitamento da glicose pelas células, e evita que o açúcar fique sobrando na circulação.

O efeito da chia no intestino, em contato com a água, elas formam um gel que deixa a digestão mais lenta, prolongando a saciedade. Em adição, as fibras deste nutriente contribuem para regularizar o ritmo intestinal. Mas, é importante lembrar de ingerir no mínimo 2 litros de água por dia para obter este benefício.

Estudos científicos vêm relacionando a chia com a prevenção e o controle do colesterol, pois é um dos únicos alimentos que diminui o LDL (o colesterol ruim) e aumenta o HDL (o bom colesterol). O consumo regular também pode ajudar a normalizar a pressão arterial (revertendo quadros de hipertensão), fortalecer as células que revestem os vasos sanguíneos e o coração, além de favorecer a coagulação.

O tratamento do câncer de mama também ganha reforços com o grão andino. Estudo recente com cobaias evidenciou que os animais alimentados com seu óleo tiveram uma diminuição no tamanho do tumor e no número de metástases.

Este grão ajuda na absorção da água, prolonga a hidratação e a presença de minerais no organismo. Além disso, a elevada concentração de proteínas facilita o ganho de massa muscular. Por isso, o ideal é consumi-lo após a malhação.

A chia pode ser consumida sem a necessidade de ser triturada (como a linhaça, por exemplo) para que os nutrientes apareçam É possível adicioná-la a frutas, cereais, saladas, sopas e iogurte. Moída, é uma boa substituta da farinha em receitas de massas, pães e biscoitos. Uma opção é deixá-la na água até formar uma gelatina. Aí, é só colocá-la no lugar do ovo nas preparações. Você encontra a chia sob as formas de: de grão, farinha ou óleo. Calorias: 371 cal/100 g. Basta 1 colher (sopa) por dia. Sua saúde agradece!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ômega-3, Para que serve?

O Omega 3 é um  ácido graxo que reduz a absorção de LDL, o colesterol ruim, e faz com que o HDL, colesterol bom, aumente. Assim, este ácido ajuda na prevenção e contra o desenvolvimento das doenças cardiovasculares.  

O Omega-3 ajuda na perda de peso, segundo estudo prestes a ser publicado na revista científica americana PloS ONE, onde se observou a perda de peso em cobaias obesas à suplementação com este nutriente. O excesso de gordura saturada, aquela presente nas carnes vermelhas e nos queijos gordos, faz o cérebro ligar um alerta, pois o organismo entende que está em perigo e com isso, libera substâncias em nossa defesa também conhecidas como citocinas pró-inflamatórias que atrapalham as mensagens de saciedade para o cérebro. O Omega-3 impede a liberação destas substâncias, então, o sinal da saciedade soa.

Estudos mostram que o consumo regular de Omega-3 está ligado aos seguintes benefícios:

  • boa concentração;
  • boa memória;
  • motivação;
  • boas habilidades motoras;
  • boa velocidade de reação;
  • neutralização do stress;

As fontes principais de Omega-3 são os peixes de águas profundas e frias (salmão, atum, bacalhau, arenque, cavalinha, sardinha, truta) e os óleos de peixe.

Para quem não gosta ou não inclui os peixes ou os óleos de peixe no cardápio, as sementes de linhaça e o óleo de linhaça são as melhores alternativas como fonte de Omega-3.

Além de todos esses benefícios para o cérebro, o Omega-3 atua na redução dos níveis de triglicérides e consequentemente reduzir os riscos de doença do coração.


O Omega ainda está indicado na gravidez, pois evita que a mulher desenvolva depressão pós-parto. A deficiência de DHA tem sido associada a baixos níveis de dopamina e serotonina, substâncias que agem no cérebro proporcionando bem-estar. Comer de duas a três porções de peixes como a sardinha por semana seria o suficiente para se blindar contra o baixo-astral.


Além do bem estar das futuras mamães, o nutriente auxilia no desenvolvimento do cérebro do bebê, conferindo ao órgão forma e funcionalidade.  O Omega recobre a membrana dos neurônios, facilitando sua velocidade na transmissão de informações e facilitando o aprendizado.


Este ácido pode ajudar no combate a tumores, estudos mostram que usar o ômega-3 pode auxiliar na redução do estado inflamatório observados em indivíduos com câncer, fazendo com que os mesmos tenham desejo de comer. Com a alimentação em dia, os tratamentos são mais bem tolerados.

Com a idade ocorre à redução da massa muscular, conhecido como sarcopenia. O Omega ajuda no processo de síntese de proteínas e, assim, impede a degradação das fibras musculares segundo estudo feito na universidade de Washington, nos EUA.

Um trabalho da universidade de indiana, nos estados unidos, mostrou que ratinhos bipolares alimentados com óleo de peixe, rico em ômega-3, deixaram a depressão de lado e, quando submetidos ao estresse, não tiveram crises de euforia. "esse estudo revela que o DHA, uma das principais frações da gordura, altera a atividade dos genes ligados à bipolaridade", avalia o psiquiatra Teng Chei Tung, da universidade de São Paulo, a USP.

Pesquisadores da Universidade de Illinois em Chicago concluiu uma revisão de pesquisas já publicadas sobre os benefícios antidepressivo do Omega-3 que o DHA só não parece oferecer quaisquer benefícios antidepressivo, onde, como doentes a tomar EPA ou uma combinação de EPA e DHA experientes claros benefícios antidepressivo.

A formulação EPA predominante é necessária para a ação terapêutica de ocorrer. A formulação DHA predominante não tem eficácia antidepressiva.

 Acredita-se que a EPA tem um papel funcional no cérebro, enquanto DHA desempenha um papel estrutural.


O Omega tem é composto dos seguintes ácidos:


Ácido alfalinolênico

Vem das fontes vegetais, como linhaça, nozes e óleo de canola. No organismo, é transformado em EPA e DHA.

EPA (
ácido eicosapentaenóico) e DHA (docosahexaenóico)
Estão nos animais, ou seja, nos peixes de águas frias. É importante observar nos rótulos dos frascos vendidos de Omega 3 as concentrações destes dois ácidos.

Omega-3 EPA e DHA continuam a estar entre os ingredientes mais pesquisados, com mais de 14.000 estudos publicados. Como a quantidade de pesquisas que demonstram os benefícios abrangente de Omega-3 EPA e DHA aumenta, estudos como este e o recente reconhecimento por parte das autoridades de saúde europeus de uma dose de referência diária de 250 mg/dia de EPA e DHA, enfatizar o fato de que EPA e DHA de óleo de peixe são importantes para bem-estar geral.

sábado, 26 de novembro de 2011

Problemas de memória & Obesidade

A obesidade é hoje uma epidemia mundial, que sabidamente pode levar a uma série de comorbidades associadas como: apnéia do sono, diabetes e doenças cardiovasculares. Entretanto, recentemente, um estudo feito pela Associação Americana de Neurologia mostrou que pessoas próximo aos 50 anos e com IMC ≥ 25 Kg/m² apresentam risco de desenvolver algum tipo de demência quando ficam mais velhas. No estudo, cerca de 8 500 irmãos gêmeos foram pesados quando estavam na meia idade e, trinta anos depois, submetidos a uma avaliação neurológica. Entre os que foram diagnosticados com doença de Alzheimer e demência vascular — aquela causada pelo entupimento de vasos no cérebro —, 39% possuíam sobrepeso e 7% eram obesos por volta dos 35 anos. Essa incidência foi 80% maior em relação às pessoas com IMC < 25 Kg/m².
Uma possível explicação para tal fato seria o maior risco de distúrbios vasculares para as pessoas que estam acima do peso. Além disso, a obesidade geralmente está associada ao aumento dos níveis de colesterol, hipertensão arterial e diabetes, situações que prejudicam a circulação do sangue pelo corpo e cérebro. Tal situação pode favorecer o entupimento dos vasos e parar de nutrir adequadamente os neurônios, facilitando o aparecimento dos déficits cognitivos. Estes mesmos fatores contribuem para o aparecimento do Alzheimer, doença que afeta a memória, o raciocínio e a localização no espaço.
Estas alterações de memória são observadas após os 40 anos, pois nesta faixa etária sofremos mais as conseqüências do desequilíbrio da pressão, aumento do colesterol e do açúcar no sangue em virtude da diminuição fisiológica do organismo. Os processos que ocorrem dentro do organismo ocorrem de maneira mais lenta, facilitando o aparecimento de distúrbios circulatórios, dificultando também a perda de peso.

A sugestão é uma dieta saudável e se manter ativo para chegar aos 40 sem problemas e evitar futuros problemas no corpo e na mente.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

É possível emagrecer comendo?

Parece impossível comer emagrecendo, mas alguns cientistas americanos têm proposto que cada alimento possui sua densidade energética, ou seja, alguns alimentos são ricos em água na sua composição, como a abobrinha, o pepino e o chuchu. Ao colocá-los no cardápio, você pode comer mais, ficar saciado e ingerir menos quantidade de calorias, como gorduras.

Com o objetivo de reduzir os índices de obesidade, os Estados Unidos optaram por trocar o modelo da pirâmide alimentar pelo prato, com o objetivo de facilitar o entendimento da população geral. Assim, o prato é dividido em quatro partes, onde frutas e vegetais ocupam metade do espaço e a outra metade pertence aos grãos e proteínas. À direita, um copo lembra a importância dos laticínios na dieta.

A proposta de criar um guia alimentar é orientar e estimular escolhas saudáveis,  ajudando na prevenção de doenças crônicas, principalmente as relacionadas à obesidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, em 2015, serão 700 milhões de obesos em todo o mundo. No Brasil, metade da população está acima do peso e 15% dos adultos são obesos, segundo dados recentes do Ministério da Saúde.

Em relação à gordura saturada, os brasileiros exageram. Uma família de quatro pessoas consome por mês três latas e meia de óleo. Se esta família reduzisse esta quantidade para 1 lata de óleo por mês, cada um deixaria de ingerir 112 calorias por dia. Em dois meses, essa mudança resultaria em quase 2 quilos a menos na balança para cada indivíduo.

Usar o prato como modelo de dieta balanceada é uma proposta de alimentação balanceada O ideal no Brasil seria montar um prato em que metade fosse reservada aos vegetais, um quarto a uma porção pequena de carne magra e o quarto restante a dupla: arroz com feijão.

Esta seria uma maneira de controlar os lanches ricos em carboidratos refinados. Pois, estes alimentos elevam os níveis de açúcar no sangue e aumentam a produção de insulina, o hormônio que coloca a glicose dentro das células. Com a insulina elevada, o organismo começa a armazenar gordura, principalmente na barriga.

Outra preocupação é a ingesta de sódio diária na comida dos brasileiros e para evitar isto o Ministério da Saúde  reduziu a quantidade deste ingrediente em alguns alimentos, como massas instantâneas, pães e bisnaguinhas. A quantidade diária de sódio disponível nos domicílios do país hoje é de 4,5 gramas, mais que o dobro do limite estipulado pela OMS, de 2 gramas.

Desde 2006, foi proposto um Guia Alimentar para a População Brasileira, que indica as seguintes porções diárias: 

 Grupos Alimentares
 Porções Recomendadas
 Cereais, raízes e derivados
 6
 Feijões
 3
 Frutas
 3
 Legumes e verduras
 3
 Leite e derivados
 3
 Carnes e ovos
 1
 Óleos, gorduras e sementes oleaginosas
 1
 Açúcares e doces
 1

            Outra descoberta interessante seria a de que a luminosidade interferiria no sono dos animais, fazendo com que os mesmos acordassem mais a noite para comer. Isso, por sua vez, contribuiria para a obesidade.

De acordo com este estudo, após oito semanas, os animais expostos à claridade tiveram um aumento 50% maior em seu peso, quando comparados aos demais. Embora não se conheça as razões para esta associação, podem-se sugerir algumas hipóteses.  O ganho de peso observado no grupo submetido à interferência da luz, mesmo nos roedores que não se alimentavam no meio da madrugada.
Nesse caso, os cientistas acreditam que o ambiente mais iluminado altera o metabolismo dos animais e humanos, podendo interferir na produção de substâncias que favoreçam um maior acúmulo de gordura na região abdominal. Além da elevação nas taxas de glicose, colesterol e pressão arterial. Para as pessoas que desejam se manter em forma, o melhor é apostar na escuridão na hora de dormir, na ingesta de alimentos com pouca densidade energética  e aplicar no seu dia-a-dia um guia de alimentação saudável.