quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Esteatose hepática: o que fazer?

O fígado é um órgão é responsável por várias  funções no organismo, como a síntese de diversas proteínas e de fatores de coagulação. Além disso, é neste tecido que se observa a destruição de diferentes substâncias agressoras. Ele também age renovando as células vermelhas do organismo.

A esteatose hepática é definida pelo acúmulo de gordura no fígado de origem não alcoólica, que ocorre geralmente pela ingesta excessiva de alimentos gordurosos. Nestes casos, é importante  excluir outras causas relacionadas a hepatites virais.

A esteatose hepática é a doença crônica mais comum do fígado e estima-se que sua prevalência, no país, corresponda aproximadamente a 20% a 30% da população. A presença de gordura no fígado ao longo dos anos provoca um processo de inflamação  conhecido como esteatohepatite. A evolução deste quadro favorece a formação de fibrose e prejudica o funcionamento normal do fígado. Esta fibrose pode se transformar em nódulos, o que se caracteriza como cirrose.
Esta doença se apresenta normalmente de forma pouco sintomática, o que dificulta sua detecção precoce. Em geral, a doença é detectada durante os exames anuais de rotina. O acúmulo de gordura no fígado é diagnosticado por um exame de US de abdome total. Entretanto, para  obter o diagnóstico de inflamação no fígado é necessário  fazer uma biópsia deste órgão.

As causas da doença ainda não são bem conhecidas. Mas, acredita-se que exista uma relação direta entre o aparecimento da esteatose e a obesidade. Indivíduos com  sobrepeso (IMC ≥ 25Kg/m²) ou obesos (IMC ≥ 30Kg/m²) acumulam mais gordura no abdome e por isso estão mais propensas a desenvolver a esteatose hepática. Assim como os pacientes com resistência à insulina, diabetes, colesterol alto e hipertensão participam também deste grupo de risco.

Felizmente, é possível reverter a esteatose hepática, mas é preciso investir em mudança de estilo de vida, optando por uma dieta rica em frutas, fibras e legumes e pobre em gorduras e carboidratos. A prática de atividade física diária aeróbica de 20 a 40 minutos também auxilia neste tratamento. O uso de medicações específicas para este caso deve ser avaliado individualmente por um profissional habilitado.