segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Depressão e obesidade: quem vem primeiro?

Sabemos hoje que a depressão está associada ao aumento no risco de doenças cardiovasculares, como derrames e infartos. E esse elo estaria relacionado ao acúmulo de gordura na região abdominal.

            O aumento da medida da circunferência abdominal se relaciona diretamente com a produção de componentes inflamatórios oriundos do corpo dos deprimidos. Essas substâncias favorecem o acúmulo da gordura abdominal, aquela que fica entre os órgãos (vísceras) do abdome. Além disso, a depressão eleva os níveis do cortisol, hormônio que é secretado pelo organismo em situação de estresse e ansiedade, aumentando os níveis de glicose no sangue. Quanto mais gordura estocada na barriga, maior o risco cardiovascular.

            O pior é que quem sofre do transtorno acaba entrando em um “efeito tostines”, pois a depressão favorece a barriga, que, por sua vez, ajuda a agravar o quadro depressivo, e vise-versa.

            A depressão está na balança e, parece, bem acima do peso. A obesidade foi parar no divã, os quilos a mais estão recheados de tristeza e baixa da auto-estima. Aproximadamente 30% das pessoas que procuram tratamento para emagrecer apresentam depressão, diz Anete Abdo, endocrinologista do Projeto de Atendimento ao Obeso, do Hospital das clínicas de São Paulo.

            Em comparação com os magros, quem sofre com o excesso de peso tem até três vezes mais risco de, em alguma fase da vida, ficar deprimido. Este problema emocional pode ter como sintoma o aumento do apetite e, até mesmo, episódios de fome incontrolável. São as chamadas farras alimentares, episódios em que o indivíduo come à beça, depois se arrepende e fica deprimido, explica o psiquiatra Acioly Lacerda, professor da Universidade Federal de São Paulo.

            No Hospital São Vicente de Paulo, no Distrito Federal, de 300 pessoas que sofrem com a depressão e são tratadas com antidepressivos, 186 estão com a barriga saliente, com sobrepeso. As informações são de um estudo recente da Universidade de Brasília. Entretanto, não se sabe o que surgiu primeiro se foi o aumento da circunferência abdominal ou a depressão patológica. Uma das hipóteses é a de que os remédios anti-depressivos tenham impulsionado o ganho de peso algo que comprovadamente ocorre entre os mais diferentes tipos destas drogas. Nesse caso, mesmo que o indivíduo continue comendo a mesma quantidade de calorias, ele acaba engordando, pondera Acioly Lacerda.

            O obeso não cabe na cadeira do cinema, é motivo de piada entre os amigos e está fora do padrão de beleza. Ele se sente deslocado, diz Alexandrina Meleiro. Aí é que aparece o risco de desenvolver males do trato emocional. A pessoa fica insatisfeita com a própria imagem e tem vergonha de ir à praia, exemplifica a psicóloga Mara Lofrano, do Grupo de Estudos da Obesidade (GEO) da Universidade Federal de São Paulo.

            A apatia, a sonolência, as dores no corpo, o desânimo e a fadiga, muitas vezes já existentes em decorrência da obesidade, tornam-se mais frequentes e são absorvidos como características da personalidade pelo próprio indivíduo. Neste momento, se instala a depressão. O aparecimento dessa doença é mais comum em jovens e mulheres com obesidade severa, o tipo mais grave do problema, nota Anete Abdo.

            Surge uma espécie de ciclo gorduroso. A pessoa come para compensar a tristeza e, simultaneamente, a prostração gera mais barriga. Internamente, além do aumento do cortisol, se observa também a melancolia profunda que reduz a produção de outros dois hormônios, a serotonina e a noradrenalina. O resultado dessa disfunção é aquela vontade de comer doces, pães e massas.

            Nesse jogo de cartas marcadas, quem pode dar o ar da graça é a síndrome metabólica, um transtorno que combina o excesso de peso com doenças do coração e a resistência à insulina distúrbio que precede o diabete tipo 2. "A associação entre problemas mentais e a síndrome é bem frequente", ratifica Anete. Para liquidar com todos esses males e evitar que se agravem, é preciso contar com um time de especialistas. "É um combate multidisciplinar, que envolve psicólogos, nutricionistas e muita atividade física", conta o endocrinologista Lian Tock, do GEO. Seria o jeito de descartar ambas as doenças em uma só jogada. "Tratar a depressão melhora a adesão e os resultados do tratamento da obesidade", afirma Anete.

            Vale lembrar que muitos antidepressivos levam ao aumento de peso e do apetite. Então, antes de se encher de cápsulas para mandar a tristeza embora, é bom conversar com o médico para averiguar as opções que não vão empurrar os quilos lá para cima. O exercício físico, aliás, é fundamental. Ele eleva o gasto energético e melhora o humor, diz Anete.

            Cerca de 40% dos obesos têm o transtorno do compulsivo e 3/4 deles têm, tiveram ou irão desenvolver depressão.

            Essa é a teoria dos especialistas para explicar os ótimos resultados desse exercício nas depressões leves. Na crise, o cérebro do deprimido é mais pobre em serotonina e dopamina, duas substâncias que promovem a comunicação entre os neurônios. A primeira produz sensações como a de alegria, além de ser sedativa e calmante. A segunda proporciona energia e disposição.

            Quando caminhamos, a massa cinzenta parece liberar dosagens maiores que as habituais dessa dupla. Mas é importante que o exercício seja frequente para manter a disposição, no caso dos deprimidos.
            Algumas regras no combate a depressão: dê 24 horas de intervalo entre uma caminhada e outra. Este exercício deve ser repetido três ou quatro vezes por semana, por 30 a 45 minutos. No entanto, pode-se também fracionar este período. O fisiologista Raul Santo de Oliveira diz "pode funcionar se você fizer três caminhadas de dez minutos". A caminhada deve ser moderada intensidade, devendo ser realizado um alongamento leve antes e depois do exercício.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Fotos da noiva Bia da Revista Noivas Rio de Janeiro - Projeto Noiva em Forma - antes e depois



    Bia antes de começar o Projeto Noiva em Forma
Resultado final do Projeto Noiva em Forma finalizado com sucesso: com uma noiva linda e magrinha, para que este dia tão especial seja inesquecível e perfeito!!!

Estou aguardando por você.